xoves, 30 de xuño de 2022

MODELOS CONHECIDOS, PINTORES ANÓNIMOS...

             Por Nom-Som-Quem

             Quantas vezes temos reparado, na relatividade da história humana! Homenagea-se persoeiros que lograrom ser identificados, geralmente por serem contemporâneos dos homenageadores... e nom damos homenageado os que fixerom os inventos ou descobrimentos mais importantes para essa nossa história, assi: o lume, a roda, como exemplos mais citados. Eis os anónimos relevantes, exemplos da impossibilidade da justiça humana... que vem sendo a única justiça, isto é assi!

            Noutros ámbitos: vedeaí a multitude de óleos sem autor conhecido que tenhem alcançado celebridade. E isto evoca-nos o caso, quase borrado na nossa fraca memória, nos seus detalhes precisos, daquele hierarca dos Países Baixos, desconhecido, até que, graças ao bem conhecido retratista flamengo, tomou existência real: mercê à actuaçom do pintor o pintado ficou identificado.

                           

Cabeça de anciao, por Jenaro Carrero (esq.) e Pepe D.N. 

             E agora um peculiar exemplo de nosso. Na Galiza, como no mundo, houvo académias de pintura que contratavam -seguro que por dous patacons- junto a mulheres, gentes da rua, mendigos ou humildes trabalhadores, para operarem como modelos dos jovens estudantes de desenho e/ou pintura. 

"Campana Choca" por Jenaro Carrero
 

            Nós temos identificado a dous velhos composteláns que forom plasmados no óleo por dous rapazes alunos da “Sociedad Económica de Amigos del País”, onde era daquela professor José M. Fenollera (1851-1918) -cujo retrato de A. Brañas na sua cadeira de balanço é o seu mais divulgado e, nestes días, está a ser redescuberto.

     Esses dous aprendizes filhos de Compostela nom chegarom a exercer a pintura dum jeito profissional: tanto Paco P.D. (1876-1954) -mais adiante IX conde de Canillas e presidente da Academia de Belas Artes-, quanto Pepe D.N. (1877-1946) -que vivéu como médico-, ambos futuros vizinhos da Corunha, nom passando à história da arte pictórica.

"Campana Choca" por Pepe D.N.

            Curiosamente houvo um terceiro aluno -embora prematuramente malogrado, como membro da que se déu em chamar “Generación doliente”-, o noiês Jenaro Carrero (1874-1902), algo mais velho do que os outros, quem si chegou a ser um destacado pintor, e ele, como o seu companheiro mais novo Pepe D.N., plasmou a dous daqueles modelos quase anónimos, cujos retratos oferecemos aos leitores d'Os Chanzos.

            E dizemos quase anónimos, dado que um deles é o popularíssimo cego “Campana Choca”,  indivíduo daquela Compostela de fins do XIX... quem, por certo, antes (1881) fora desenhado por Federico Guisasola (1830-1882) e, contemporaneamente, incluido nun ensaio de Fernando M. Vilanova, segundo nos informara Rodri García. Quanto ao outro retratado é simplesmente denominado por Couselo Bouzas “Cabeça de anciao”...

            Resgatamos, pois, esse dous homes do povo juntando-os pola primeira volta, lamentando nom podermos oferecer ao anciao coas cores com que apresentamos o outro mais famoso.