martes, 6 de setembro de 2016

REQUIEM SERÓDIO E BREVE DE MAIS, POR EDICIÓS DO CASTRO




            Mais de douscentos títulos da colecçom DOCUMENTOS PARA A HISTORIA CONTEMPORÁNEA DE GALICIA tem tirado do prelo Ediciós do Castro, já hai anos desaparecida de morte matada.
            Nestes ingratos tempos de involuçom democrática no nosso país e mais no Estado espanhol e na Europa toda, constitúe um capítulo singular o eclipse dumha editorial que, se por algo vai ser botada em falta, será por essa concreta série de títulos que na nossa Terra contribuíu decisivamente à recuperaçom da memória dos que estiverom silenciados durante décadas, eles e os seus achegados.
            Ediciós do Castro, filha do Laboratorio de Industria e Comunicación, nascida no Castro de Samoedo (Sada) em 1963 (e posteriormente incorporando a Editorial e Imprenta Moret da Corunha), publicou, com anterioridade a dita colecçom, obras fundamentais de e para a nossa cultura, nos mais diversos campos: teatro, narrativa, poesia, arte e ensaio de toda caste: filologia, história, economia, ecologia... Mesmo reediçons como O Divino Sainete ou Terra de Melide ou betsellers (que o termo nom seja malinterpretado) como as Memorias dun neno labrego, por nom citarmos mais que algumhas criaçons insoslaiáveis. Nom devendo esquecermos as séries focadas ao Seminario de Estudos Galegos e aos Cadernos do Seminario de Sargadelos, do Laboratorio de Formas e do Laboratorio Xeolóxico de Laxe.

            Esta desapariçom dolosa e dolorosa, nom por anunciada deve ser menos lamentada, mália o tempo passado, mais de um lustro, de tal insucesso, e todos quantos fomos beneficiados pola generosidade e bonomia de dom Isaac Díaz Pardo -uns publicando e muitos mais lendo- temos o dever de practicar este a jeito de ofício de trevas, quando se está a falar, a maiores, doutras mortes editoriais galegas.
            Na medida em que um povo perde os seus instrumentos de comunicaçom e expressom (neste caso tendo produzido mais de 1.300 títulos devidos a mais de 700 autores em quase meio século de existência viçosa), empobrece-se e de calarmos perante tal feito concreto seríamos, a mais de malnascidos, cúmplices de semelhante assassinato.
                                                      A barca de Caronte, de Díaz Pardo
            (Isto, redigido em Montevidéu, março de 2011, e publicado esse mesmo ano na revista Areal, de Sada, apenas tem sido actualizado).
                                                                     Pola cópia, Nuneslopes, Corunha, 2016.

1 comentario:

  1. Moi interesante e necesario o artigo sobre Isaac, agardmos que non sexa o único ,e que se nos faga recordar a valía deste gran galego

    ResponderEliminar