Por
UM-DO-CHAO.
CASAL, CASAIS, CASÁS.
O apelido.
Para os que opinamos que, a exemplo
doutras línguas, no galego-português, como no castelhano-espanhol, bem se
poderia prescindir da acentuaçom gráfica… marcaria-nos umha contradiçom o caso
que hoje traio para vós. Trata-se de apelidos nossos que, segundo a acentuaçom,
terám diverso significado. Sem ir mais longe, aí temos CAÑAS e CAÑÁS, NOVAS e
NOVÁS… CASAS e CASÁS.
Cañás (que é muito corunhês, como
Novás muito pontevedrês, falo de comarcas, nom de províncias) fai-me cavilar
nesse aparente castelhanismo, pois a palavra-base galega é cana, co seu
abundancial Canaval (topónimo e apelido), e Cañás seria plural de Cañal
(apelido castelhano)… mas é que Cañás é mesmo topónimo carralês… E é que as
línguas nom som fenómenos precisamente matemáticos… Novás si que é umha má versom de Nabás/Nabais, é dizer,
prantaçom de nabos… por mais que a versom malacentuada, Novas, remeta
traiçoeiramente a novo.
Pois com Casas e Casás a cousa é bem
mais simples, dado que com serem conceptos diferentes, ambos mamtêm-se no
ámbito único da palavra-base: casa. Isso si, no primeiro caso é plural desta palavra,
em quanto no segundo é-o da derivada casal (abundancial: conjunto de casas,
casario), coa sua variante Casar e o seu plural Casares, todos eles apelidos
(toponímicos, pois).
O problema aquí radica na sua
coincidência co castelhano em Casa, Casas, Casar e Casares. Ora bem, como no
suposto de Castro, concretamente Casal é maismente nosso, pois que está
estendido por toda a nossa geografia. Quanto a Casa, temos como exclusivo o
apócope Cas’ (para a toponímia: Cas Caxide) e mesmo, aventuro, Ca’ (para a onomástica
(Ca Giao).
O complicado é, daquela, determinar
quantos Casas actuais forom Casás: no mesmo repertório de apelidos que contém a
página ilg.usc.es/cag (Cartografía dos apelidos de Galicia), ao nom se utilizar
o acento gráfico, nom atopamos resposta a tal incerteza. E se imos aos
onomatólogos ao uso… meudéus!, para eles: Casa é aragonês, Casas andaluz, Casal
asturiano, Casar castelhano… e Casares basco! Depois estám os compostos
Casanova (galego e catalám) ou Casavella (galego) ou Casamajó (catalám), etc.,
etc.
Exemplo peculiar o do famoso alcalde
corunhês (e presidente da Academia Galega) Manuel Casás (1867-1960), assi
acentuado, cujo avô era da larachesa freguezia de Monte Maior; o único topónimo
Casás que regista a Gran Enciclopedia
Gallega é, em cámbio, sito no concelho de
Moeche.
A personagem.
Julio J. CASAL
(1889-1954), uruguaiano, de pai ribadense, poeta, cónsul na Corunha e, sobre
isso, director da sonada revista internacional corunhesa Alfar… que el proseguiu em Montevidéu. (Na
Corunha saíu o seu livro Árbol).
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