mércores, 3 de setembro de 2014

UM APELIDO. UM NOME



Por UM-DO-CHAO
LOUSADA, MOURE/MOURELOS, PIÑEIRO

Os apelidos.
 
Manuel Lozada
          
Quatro (três e derivado) apelidos com diptongos tam caros ao nosso idioma, que tanto o definem. E três representantes dos reinos mineral, animal e vegetal.
            LOUSADA, que tem raízes pré-latinas, universalizou-se como Losada e vem de lousa (também apelido), que é a losa ou pizarra castelhana, a llosa catalá (outro apelido): por isso atribuimo-la ao mundo mineral, com parentesco semántico co apelativo Lapido,  ambos funcionando como topónimos. No país alcançou estatus nobiliário. E na práctica lousado/a aplica-se tanto a un telhado como ao chao, mesmo a umha calçada.
            MOURE é forma procedente do nome próprio latino Maurus que, por sua volta, se aplicava a indivíduo de pel morena, moura, e daí a toda umha regiom da África, parte da qual hoje constitúe a Mauritánia: por mais que se adoita descrever o processo inversamente, como que os habitantes norocidentais africanos se chamavam maurii e daí os romanos tornarom o gentilício em adjectivo qualificativo para qualquer bronzeado
El Cura Morelos
            Moure nom parece haver em Portugal (onde si hai Moura e Mourao, o aumentativo, ambos topónimos): comuns, em troca, temos Mouro, que é o moro castelhano, e os diminutivos Mouriño/Mourinho e Mourelos/MOURELOS… talvez podendo se incluir no grupo o apelido e topónimo Mourelle. E os mouros ou gigantes das lendas? Pois tamém teriam a pel moura (hoje tam desejada, daquela temida, como estranha)… e o seu nome bem puido inspirar-se –por esse mesmo medo- nos mouros modernos ou muçulmanos. Aí tedes, pois, personalizado no home de pel moura, o mundo animal.
            Quanto a PIÑEIRO/PINHEIRO é bem doado de entender ser do reino vegetal e muito nosso. Compartilhado com Portugal, M. Ferrín conta-nos como vem do latim pinus, que déu pinho; mas seique a variante pinheiro procedería do fruito do pinho, a pinha (do latim pinea). Produz certo reparo a utilizaçom entre nós (a começar polo poeta Pondal) da variante Pino, castelhanismo a todas luzes, mesmo pervivendo na toponímia e na onomástica à par do legítimo Pinheiro.

As personagens.
           
José E. Rodó nun billete do Uruguai
Manuel LOZADA (1828-1873), mexicano, guerrilheiro que morréu fuzilado, apelido que adoptou de quem o criou.
José María MORELOS (1765-1815), mexicano, um dos pais da independência, também fuzilado: evidente castelhanizaçom do galego Mourelos.
Erin MOURE (1955), canadiana, escritora, bisneta de Juan Moure Lobariñas, de Crecente.
José Enrique Rodó PIÑEYRO (1871-1917), uruguaiano, pensador de trascendência latinoamericana, neto de Nicolás Piñeiro, de Doso-Narón.
Marcelo PIÑEYRO (1953), argentino, director e guionista cinematográfico.

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