Por UM-DO-CHAO.
MONTE,
MONTEIRO.
O apelido.
Augusto Monterroso |
Os do monte e os da ribeira, junto
cos do vale som, que saibamos, as três classes de povoadores do país. Os do
monte tamém som chamados da montanha. (A Montaña por antonomásia era Cantábria,
única montanha… e único mar de Castela).
Monte, palavra latina, logo se
aplicou à toponímia com maiúscula, e daí passou à onomatologia, que é o objecto
dos nossos comentários. Dous apelidos que com el têm relaçom som
Montáns/Montaos e Monteiro, este, é claro, nom topónimo, mas nome de ofício,
quase sempre espanholizado em Montero e, daquela, nunca calificável cem por
cento como galego, pois (como Outeiro/Otero, pomos por caso) só a investigaçom
genealógica definiría se é castelhano ou castelhanizado.
M. Ferrín dá-lhe a monteiro duas acepçons: caçador de caça
maior ou couteiro, e pedreiro ou canteiro, em ambos os supostos a extraer-lhe
ao monte duas das suas riquezas: a animal e a mineral; nós aportamos como variante
oposta, a de guardamontes, é dizer, o que vigia a integridade desse espaço,
quer animal, quer vegetal.
(Hai quem dá como galego o apelido Montaño, que talvez
pudéssemos emparentar com Monte).
Como acontece com Do Rio/Rios ou Do Paço/Paços, Do Monte tem
mudado a Montes, que nom é mais do que um plural aparente ou seudoplural,
fruito do costume, que já temos apontado, de pluralizar quando se fala da
família dos Montes, em troca de falar
dos Monte (ver o nosso texto sobre os
Pombo). Dito isto, hai que sulinhar que coexiste com el o topónimo Montes
(porventura dando lugar ao apelido De Montes do pai do exímio Juan Montes).
Fernando Zóbel de Ayala Montojo |
Apelidos derivados nossos, toponímicos todos, como
Montecelo, Montemuíño (muito acoutado no Barbança), Monterroso, Montojo ou
Montouto (monte alto, que se tem espanholizado em Montoto), convivem com aqueles comuns ao
espanhol tales Monteagudo (que dim navarro) ou Montenegro (ao tempo, nome
latino desse paisinho cuja traduçom e denominaçom montenegrina é Crna Gora, tanto
como apelido comum a Valle-Inclán –por mai- e Cunqueiro –cujo pai do Salnés era).
As personagens.
1
Augusto MONTERROSO (1921-2003), hondurenho, guatemalteco adoptivo, escritor de
sona internacional, que tem passado (e perguntado) pola vila luguesa do seu
nome.
2
Fernando Zóbel de Ayala MONTOJO (1924-1984), hispano-filipino, considerado um
dos pintores espanhois mais importantes do século XX, da família dos marinhos
ferroláns decimonónicos Saturnino e seu filho Patricio Montojo.
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