mércores, 23 de abril de 2014

UM APELIDO. UM NOME.


                                               Por UM-DO-CHAO.
MATOS E SILVAS.

O apelido.
   
Francisco Silvela
         Estamos em presença de dous vocábulos de estirpe latina do comum património onomatológico galego-português que, como apelidos topográficos e toponímicos que eles som, começarom sendo Do Mato e Da Silva, convivendo hoje em ambas versons. Ambos estám estreitamente emparentados. Pois mato é um outro nome para fraga ou bosque ou floresta: na Corunha temos o Mato Grande, no Brasil o Mato Grosso que, salvando as magnitudes e distâncias, som, semanticamente, a mesma cousa: umha selva grande. (Decatádevos do hiperbólicos que forom os nossos devanceiros corunheses!). E silva foi originariamente isso, umha selva, dando respectivamente, derivados tales silvestre e selvagem; mas, segundo se estranha Méndez Ferrín, esta silva primitiva passou a ficar no nome dumha simples planta, a silva das amoras, que, por sua parte, dá o derivado abundancial Silveira e tamém Silvar e o diminutivo Silvarinho, como Silvela ou Silvosa (e até o nome de pia Silvia/Silvio)…
            No português antigo esse Mato/Matos grafou-se Matto/Mattos, sendo um dos exemplos de palavras com consoante dupla que a moderna ortografia lusa simplificou, mas que, teimudos, permanecerom nos apelidos, assi: Castello, Villa, Valle, Collaço, Mello, Meirelles, Vasconcellos, ou bem Mattos, Motta ou Netto, como Senna e Vianna… (Sobre Vianna, apelativo toponímico que alude a Viana do Castelo, ao se simplificar passou a ser  confundível co tamém toponímico navarro Viana, tam distante geograficamente).
Clorinda Matto de Turner
            Val a pena, a título de anécdota, comentarmos que hai no Brasil muitas famílias Da Silveira, com origem nos Açores, aonde mais atrás chegaram os ancestros dos Países Baixos, e que, daquela chamavam-se Van der Haeghen, que dá dita traduçom portuguesa… do jeito que o tamém flamengo Van Aard foi traduzido no arquipiélago luso atlântico para Da Terra… e daí passarom às Américas com esse traje novo.

As personagens.
1 Diego [DE SILVA] Velázquez (1599-1660), sevilhano, neto paterno de Da Silva portuenses, o imenso pintor a quem os franceses chamam, mais correctamente, Velásquez.
2 Jean-Baptiste SILVA (1682-1742), famoso médico bordelês, de ginea  judeo-espanhola.
Thomas [DA SILVA] Mann
3 José Asunción SILVA (1865-1896), colombiano, precursor do modernismo poético.
4 Thomas [DA SILVA] Mann (1875-1955), escritor alemám, filho de brasileira, que, nesse ordem se teria chamado se tivesse nascido no Brasil.
5 Francisco SILVELA (1843-1905), madrilenho, chefe do Partido Conservador, presidente do Conselho de Ministros.
6 Clorinda MATTO de Turner (1852-1909), peruana, romancista fundadora da novela indigenista americana.           

7 Luis Palés MATOS (1898-1959), porto-riquenho, iniciador da poesia negrista

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