sábado, 17 de agosto de 2013

UM APELIDO. UM NOME: FREIRE.


                                                                                  Por UM-DO-CHAO.


O apelido.
É o típico e abundantíssimo apelido de profissom ou ofício, que logo passou a topónimo, maiormente no seu plural Os Freires. De procedência latina é um arcaísmo léxico, pois que foi indo sustituido por frade, e refire-se ao indivíduo que era confrade dumha confraria –mesmo daquelas ordens religioso-militares- ou frade dum convento. Co feminino freira e o colectivo freiria (todos dando apelidos), mentres frade nom criou o feminino, pois monja tem o seu masculino em monge (tamém como apelido este é, por sua volta, de origem provençal –saíndo do latim monachus, de onde Mónaco, esse estado franco-italiano de opereta-), vocábulo, monge, comum às três línguas románicas peninsulares (apenas variando numha letra: monje em castelhano, monjo em catalám), co seu colectivo mosteiro/monasterio/monestir (e os seus correspondentes apelidos em ditos três idiomas).

As personagens.
Para começar aí temos os famosos Nuno I e Nuno II FREIRE de Andrade.
1 Nuno I (século XIV) era irmao de Fernán Pérez de Andrade o Bom (velaí o aparente caos na adopçom dos apelidos polos nobres), vinculados, como é bem sabido, ao castelo do seu (segundo) apelido, em Pontedeume, e home de confiança do rei Fernando I de Portugal, a tal ponto que o deixou ao fronte da Corunha quando o seu efémero reinado aquí (1369-1371).
2 Nuno II FREIRE de Andrade o Mao (morto em 1431) nom era, como se poderia inferir, filho do anterior, mas si familiar e tido polo mais rico senhor feudal do seu tempo e tamém o mais déspota, defrontado cos monges de Sobrado e, particularmente, cos Irmandinhos capitaneados polo baril Roi Xordo. (Foi sepultado no mosteiro de Monfero).
E agora, choutando no espaço e no tempo, passamo-nos à outra banda deste Mare Nostrum que é o Atlántico, e a épocas bem mais modernas, para escolhermos dous nomes entre tantos Freire como polo mundo andam.
3 Ramón FREIRE (1787-1851) chegou a general e director supremo (presidente) de Chile (1823-1827), tendo actuado na etapa independentista e cumha agitada vida política, até o ponto de sofrer desterro nada menos que em Austrália. Pois el era filho de Francisco Antonio Freire, oriundo da Meira de Moanha, que alô emigrara.

4 Gilberto FREYRE (1900-1987).

Escrevia assi o apelido este importante intelectual brasileiro do Recife, que se confessava “descendente de galegos”. A sua obra Casa- grande e senzala (1933) (senzala é a chouça dos escravos… negros, por suposto, e afrobrasileirismo léxico), tratado de sociologia e antropologia profundo e ameno, se nom o mais um dos livros mais republicados em língua portuguesa.

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